quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Pipoca na Umbanda, porque ela é usada nos trabalhos?



"A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
E você, o que é?
Uma pipoca estourada ou um piruá?"

Blog T.U.Caboclo Ubirajara

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Compromisso Mediúnico



"Desenvolver a mediunidade na Umbanda é algo considerado de grande responsabilidade. O médium que vai se desenvolver irá lidar com vidas humanas, muitas vezes, em momentos de dor e perdas, outros em conflitos existenciais e questionamentos de valores.
Este médium para exercer minimamente bem sua atividade mediúnica diante da responsabilidade assumida deve ter ao menos comprometimento com o compromisso assumido ou que pretende assumir.
Se a tarefa mediúnica não é prioridade em sua vida, então podemos concluir que dificilmente realizará um bom trabalho para si e para os outros, pois, não basta ter o fenômeno de incorporação e deixar que um espírito faça tudo e assuma todas as responsabilidades como se este trabalho não dependesse também de uma parceria entre o médium e seus guias que necessitam dele para trabalhar e vice-versa.
Sem comprometimento o trabalho espiritual fica para segundo plano: Vela de anjo da guarda, banhos, firmezas, orações e verdades ficam para trás. Quando se dá conta já não consegue mais ter a freqüência desejada no compromisso assumido.


Quando chega a este ponto, de dar desculpas a si mesmo e aos outros por suas faltas, temos um sinal de alerta. Talvez, este médium deva voltar a assistência durante um período para pensar melhor se quer apenas poder vir de vez em quando ao terreiro ou assumir um compromisso consigo mesmo e com a espiritualidade.
Se pretende freqüentar esporadicamente o templo de Umbanda, basta estar na consulência e dar passagem a seus Guias quando houver esta liberdade ou mesmo recebê-los em sua casa para que seus Mentores lhe dêem uma orientação pessoal no caminho a seguir e como lidar com a situação.
Precisamos ouvir nossos Guias antes de esperar que os outros os ouçam.
Somos médiuns para oferecer o dom a quem necessita, para recebermos e buscar algo nossa posição é de consulente; aquele que mais pretende oferecer que receber é médium, aquele que pretende mais receber que oferecer é consulente. Mas há de convir que o médium é o primeiro a receber os benefícios do convívio com as entidades espirituais. Pois tudo de bom passa por ele enquanto as cargas negativas, emoções e dores se descarregam sem permanecer nele mesmo.
A oportunidade de aprendizado ouvindo as dores alheias são únicas e podem transformar sua vida.
Assim como uma palavra certa pode salvar vidas, uma palavra errada pode destruir vidas e aí está a grande responsabilidade mediúnica.
Melhor uma entidade “muda” a outra que no seu afã “de ajudar” possa falar “demais” ou “além da conta”, sem entrar no mérito de “bobagens” ditas acerca da vida, dos costumes ou valores de quem se encontra na dor ou numa encruzilhada da vida.
Comprometimento mediúnico é comprometimento com a vida, o descomprometimento mediúnico denota descomprometimento com a vida, um alto enganar-se, auto sabotagem ou simplesmente um sinal de que, talvez, pode ser, que o seu caminho seja em outro lugar, o que pode ser na mesma religião ou outra religião. E ninguém pode saber esta resposta a não ser você mesmo com a força do seu coração e do seu ser junto ao “eu superior” e Deus."

Alexandre Cumino