quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Pipoca na Umbanda, porque ela é usada nos trabalhos?



"A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
E você, o que é?
Uma pipoca estourada ou um piruá?"

Blog T.U.Caboclo Ubirajara

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Compromisso Mediúnico



"Desenvolver a mediunidade na Umbanda é algo considerado de grande responsabilidade. O médium que vai se desenvolver irá lidar com vidas humanas, muitas vezes, em momentos de dor e perdas, outros em conflitos existenciais e questionamentos de valores.
Este médium para exercer minimamente bem sua atividade mediúnica diante da responsabilidade assumida deve ter ao menos comprometimento com o compromisso assumido ou que pretende assumir.
Se a tarefa mediúnica não é prioridade em sua vida, então podemos concluir que dificilmente realizará um bom trabalho para si e para os outros, pois, não basta ter o fenômeno de incorporação e deixar que um espírito faça tudo e assuma todas as responsabilidades como se este trabalho não dependesse também de uma parceria entre o médium e seus guias que necessitam dele para trabalhar e vice-versa.
Sem comprometimento o trabalho espiritual fica para segundo plano: Vela de anjo da guarda, banhos, firmezas, orações e verdades ficam para trás. Quando se dá conta já não consegue mais ter a freqüência desejada no compromisso assumido.


Quando chega a este ponto, de dar desculpas a si mesmo e aos outros por suas faltas, temos um sinal de alerta. Talvez, este médium deva voltar a assistência durante um período para pensar melhor se quer apenas poder vir de vez em quando ao terreiro ou assumir um compromisso consigo mesmo e com a espiritualidade.
Se pretende freqüentar esporadicamente o templo de Umbanda, basta estar na consulência e dar passagem a seus Guias quando houver esta liberdade ou mesmo recebê-los em sua casa para que seus Mentores lhe dêem uma orientação pessoal no caminho a seguir e como lidar com a situação.
Precisamos ouvir nossos Guias antes de esperar que os outros os ouçam.
Somos médiuns para oferecer o dom a quem necessita, para recebermos e buscar algo nossa posição é de consulente; aquele que mais pretende oferecer que receber é médium, aquele que pretende mais receber que oferecer é consulente. Mas há de convir que o médium é o primeiro a receber os benefícios do convívio com as entidades espirituais. Pois tudo de bom passa por ele enquanto as cargas negativas, emoções e dores se descarregam sem permanecer nele mesmo.
A oportunidade de aprendizado ouvindo as dores alheias são únicas e podem transformar sua vida.
Assim como uma palavra certa pode salvar vidas, uma palavra errada pode destruir vidas e aí está a grande responsabilidade mediúnica.
Melhor uma entidade “muda” a outra que no seu afã “de ajudar” possa falar “demais” ou “além da conta”, sem entrar no mérito de “bobagens” ditas acerca da vida, dos costumes ou valores de quem se encontra na dor ou numa encruzilhada da vida.
Comprometimento mediúnico é comprometimento com a vida, o descomprometimento mediúnico denota descomprometimento com a vida, um alto enganar-se, auto sabotagem ou simplesmente um sinal de que, talvez, pode ser, que o seu caminho seja em outro lugar, o que pode ser na mesma religião ou outra religião. E ninguém pode saber esta resposta a não ser você mesmo com a força do seu coração e do seu ser junto ao “eu superior” e Deus."

Alexandre Cumino


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A preguiça mental e espiritual




 


 Preguiça é algo real que nos distancia de nosso caminho pessoal. Muitos se tornaram distantes de si mesmos por preguiça mental,preferem entregar a inércia,pois para melhorar é preciso analisar-se e isso dá trabalho,dói e exige uma tomada de posição. Na adolescência,acreditamos piamente que seremos melhores do que nossos pais,no entanto com o tempo,vamos fazendo as mesmas concessões que eles fizeram na vida,indo ao encontro das mesmas insatisfações e frustrações.

Vivemos em uma inércia alimentada por indução magnética,algo como um processo de “osmose” em que, sem nos darmos conta,vamos nos tornando iguais a nossos pais por comodismo,pois,afinal,eles já abriram o caminho para nos tornarmos iguais a eles.Há bem pouco tempo,o filho de um sapateiro acabaria sendo sapateiro também,independente se isso lhe agradaria ou não,pois foi o melhor que seu pai pôde fazer.E,como era apenas a continuidade dos seus pais,só lhe restava dar continuidade ao que ele começou.mas isso não precisava ser assim.

Vencer a preguiça é vencer o comodismo,paradigmas pessoais e condicionamentos que vêm muitas vezes de nossos pais,parentes e amigos.Tudo nos influencia,somos frutos do meio,ao mesmo tempo em que somos frutos genéticos de nossos pais e frutos divinos no Criador.O meio e a raiz familiar nos influenciam de forma inebriante e, em alguns casos, até mesmo fatalista,mas não podemos esquecer de que também somos frutos divinos e trazemos em nossa alma uma ligação com o Mistério maior da Criação.

Há tribos que consideram as crianças verdadeiros mestres,pois guardam lembranças frescas do mundo em que estavam antes.Reprimir ou corrigir uma criança é coisa séria que pode deixar marcas para toda vida.

Uma criança reprimida já está a caminho de se tornar um adulto frustrado,a não ser que consiga juntar força para vencer seus traumas.Neste caminho,o primeiro passo é perdoar seus pais,seus agressores e,principalmente,perdoar-se a si mesmo por caminhar com essa culpa com relação à vida e a si mesmo.

Na Umbanda,temos a oportunidade de buscar força e entusiasmo para criar mudanças,curas e transformações que nos permitam vencer todas estas limitações,comodismos e condicionamentos. Portanto,saia do lugar comum,saia da preguiça mental e espiritual.

A Umbanda lhe chama para trabalhar a si mesmo.Pare de apenas pedir coisas e reclamar das pessoas para os guias de Umbanda.Pare com este comportamento cômodo em que você é a vítima do mundo.Perceba que as dificuldades que está passando são resultados de suas escolhas na vida ou de suas escolhas feitas antes de encarnar.Perceba que tudo que o incomoda no comportamento dos outros reflete apenas suas dificuldades internas e o quanto você ainda precisa crescer para não se incomodar mais com os outros.

Este é um fato:a Umbanda lhe convida para crescer e,ao mesmo tempo,lhe oferece muitas ferramentas para isso.Além de uma infinidade de recursos magísticos (defumação,banho de ervas,firmezas,oferendas e etc.) e,por fim,o mais importante,temos a presença de nossos amados guias e Orixás em nossas vidas.Aprenda com a vida,aprenda com as dificuldades da vida e supere suas limitações,contando com o amparo da espiritualidade.E lembre-se:ninguém pode fazer a sua parte.

Por Alexandre Cumino




sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Um excelente final de semana!!!

Umas Fotinhos da Homenagem ao 15º Aniversário do Pai Ogum da Lua:



 Mãe Iansã de Daniela



Mãe Iemanjá de Geise

 Os meus Guerreiros: Pai Ogum Bandeira e Pai Ogum da Lua

"O meu Pai é o maior na espada..."

Meus Cambonos e amigos que eu amo muito: Karen, Cacique Marinho do Xangô e Alessandra
 

Xangô das Matas de Pai Anderson

 Pai Ogum da Lua pedindo a bênçaõ ao seu Cacique Pai Ogum Bandeira

Pai Ogum apresentando o bolo, presenteado pela minha grande amiga Lisandra Lopes


Tenham um excelente final de semana carregado de muito axé e muita doçura!!!
Pai Fabiano d'Oxum

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

De volta....

 

Pois bem pessoas, cá estou de volta a ativa, rsrsrsr...

Estava de obrigação no meu terreiro  e na outra semana estava de obrigação na casa do meu Babalorixá. Todas as obrigações cumpridas com grande êxito!!! Obrigado meu Pai Ogum da Lua por estes anos pelos quais convivemos juntos, todas as batalhas, guerras e demandas vencidas... 

Hoje vou postar um texto chamado "DUAS VIDAS", uma excelente leitura e uma boa reflexão!!!

Duas vidas

"O tempo corre, os dias passam vertiginosamente e as criaturas deixam correr o tempo, passarem os dias, pouco se preocupando com o seu progresso espiritual. Cuida-se muito da vida material, dos interesses materiais, mas descuida-se por completo dos interesses espirituais. No mundo há duas vidas a viver: a espiritual, precisa ao espírito; e a material, necessária ao corpo. Ambas, separadamente vividas, refletem-se uma na outra. Conforme a vida material que a criatura leva, assim se ressente a vida espiritual e conforme a vida espiritual, assim se reflete na vida material, portanto, uma é conseqüência da outra.

O equilíbrio espiritual tem uma grande importância no sucesso da vida material e a desorganização, a perturbação, a falta de controle, a falta de ordem e método da vida material, perturbam a vida espiritual. Todo aquele que tem uma vida moderada e metódica possui equilíbrio espiritual, lucidez de raciocínio, critério, calma e ponderação. Todo aquele que tem vida moral equilibrada possui vida material normalizada. É preciso que saibam viver, bem viver as duas vidas, porque delas depende a felicidade dos seres. Há muita gente que não tem tranqüilidade, que não tem paz de espírito, porque traz a sua vida desorganizada e desonesta.

Há muitos e muitos casos de loucura provenientes da vida desordenada e dissipada que as criaturas levam. São obsessões, são enfermidades do espírito adquiridas por uma vida irregular, por falta de controle, por falta de senso e raciocínio. É preciso saber viver, sim, e nós nos batemos hoje, mais do que nunca, pela correta maneira de a criatura viver na Terra, porque a desordem que se observa, social e familiar, a falta de critério, a falta de honestidade, tudo enfim que vem prejudicando a família e a sociedade tem por única causa a maneira errada como as criaturas vivem.

É preciso compreender a vida como a vida de fato é, fazer tudo para tê-la sempre equilibrada e não se esquecer de que não devem deixar de dar ao espírito a força e o valor de que ele carece para bem poder guiar o seu corpo e para bem poder manter-se equilibrado neste mundo. Aprendam a viver, procurem aproveitar a encarnação, não deixem passar os dias e os anos. Visto ser o tempo precioso, ele deve ser bem aproveitado em toda a trajetória da vida. Da compreensão dos deveres de cada um resulta o êxito na vida dos seres.

As criaturas podem viver neste mundo de uma maneira diferente, desde que saibam equilibrar os seus espíritos, educar e fortificar a sua vontade, lutando com honestidade e valor. Há criaturas que não sabem viver, porque entendem que hão de impor os seus caprichos, criando situações embaraçosas, sem necessidade, quando todos poderiam viver em paz, sem criar ambientes pesados, animosidades, que só trazem dissabores e contrariedades. A vida na Terra já é cheia de sofrimentos; por que razão, pois, aumentar esses sofrimentos, pelo mau uso do livre-arbítrio, criando situações difíceis e dificultando, portanto, a vida?

Eis por que fazemos com que as criaturas procurem saber viver inteligentemente. Tendo a noção do dever a cumprir, que vivam como criaturas equilibradas e não atordoadas e infelizes. A vida na Terra é um minuto em comparação com a vida do espírito e, conforme a vida que os seres levam na Terra, assim será o seu êxito espiritual. Não sejam, portanto, criaturas indesejáveis, não sejam revoltadas, aprendam a viver e vivam com inteligência. Há tanta coisa a se fazer na Terra e que deixa de ser feita, porque as criaturas não sabem viver, porque não sabem empregar bem o seu tempo, porque são egoístas, porque são más, porque têm prazer em viver em rivalidades, em desinteligências, criando a desarmonia e fazendo a infelicidade de si próprias."
 
 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Dica importante para elevação do nosso trabalho espiritual...

NINGUEM É MELHOR QUE NINGUEM


Um pequeno alerta àqueles que se acham superiores aos demais...
Incluo isso na nossa convivência espiritual, no nosso dia-a-dia. Não importa o período o qual convivemos, não importa se a entidade do fulano dança mais que a do ciclano... não importa se a roupa da fulana possui mais brilho que a da outra... Não importa se a unha daquela está mais bonita, ou se o cabelo está liso ou cacheado que vai fazer com que um seja melhor que o outro. Ninguém é melhor que ninguém, somos todos iguais. Cada um possui uma tarefa dentro do Centro de Umbanda, assim como cada um possui uma profissão e todas elas são importante para o andamento e sucesso do nosso dia-a-dia...



NINGUEM É MELHOR QUE NINGUEM
Marcial Salaverry

"Tentando contradizer a esta máxima, que afirma que ninguem deverá se julgar melhor que outrem, existem muitas pessoas que se julgam sempre merecedoras de uma atenção especial, acreditando-se superiores aos demais mortais, julgando que estes apenas devem ter o prazer de aplaudi-los.
Pensam que, por terem uma cultura aprimorada, nada mais devem aprender e os demais apenas podem beber nas águas de sua sabedoria, que nunca estão disponiveis, mas na verdade,  muitas vezes sequer tem essa cultura toda, mas mesmo assim se julgam donos da verdade.
Desfilam sua empáfia onde quer que se apresentem, e quem se atrever a não reverenciá-los, merece castigo severo...
Esquecem-se de sua condição de mortais, o que implica na falibilidade, já que apenas a Deus pode ser atribuída a infalibilidade (e há quem discuta...).
Esquecem-se de que todos sempre estamos aprendendo algo de alguém, e por vezes, de quem menos se espera, recebemos grandes lições de vida e de humildade.
Esquecem-se principalmente de que todos precisam de todos. Cada qual em sua especialidade tem que ser respeitado, desde o coletor de lixo, até o Presidente da Republica. Cabendo uma ressalva, pois será muito mais notada a falta do coletor de lixo, do que do presidente, principalmente de certo presidente...
L'Inconnue passou-me um email, onde dizia o seguinte:
"Olhe pensei numa mensagem, que gostaria que você analisasse com carinho. Há lugar para todas as estrelas brilharem no céu, e mesmo aquelas que brilham mais, nada seriam se estivessem solitárias, mesmo o sol, em sua grandeza, não pode brilhar infinitamente, eis que precisamos da chuva para regar a vida na terra. Por que será que algumas pessoas querem brilhar sozinhas? Por que será que essas pessoas, que com certeza, tem sua parcela de importância intransferível, acham que os outros devem ter menos importância que elas? Não há lugar para todos? Não sou perfeita, não sou mesmo, nem gostaria de ser, mas graças a Deus fico feliz, de fato, quando vejo alguém conseguir vencer, e quando este alguém é conhecido, amigo, melhor ainda."
Sem qualquer sombra de dúvida, uma pequena aula de humildade que deveria ser bem aprendida, e apreendida por todos aqueles que se julgam superiores aos demais.
As estrelas solitárias tendem a isolar-se, pois não conseguem manter-se em uma coletividade, já que ninguém gosta de ser espezinhado. É importante saber respeitar para ser respeitado.
A essas sumidades, atrevo-me a fazer uma sugestão (jamais poderia atrever-me a dar-lhes um conselho), qual seja sempre que estiver em contato com alguém que não tenha o mesmo nível, seja de cultura, seja de conhecimentos práticos, seja do que for, esse alguém ser-lhe-á grato se, ao invés de menosprezar sua inferioridade, que procure ensinar-lhe o que sabe.
Dividindo seus conhecimentos, estarão ajudando esse alguém a melhorar e isso, sim, seria usar adequadamente suas melhores condições.
Ocorre que a essas "estrelas solitárias", não lhes interessa ajudar quem quer que seja a subir, a melhorar seus conhecimentos, pois acreditam que enquanto estiver em nível inferior, o estará bajulando e dele estará precisando. É uma maneira bem egoísta de ver a vida.
Acredito que o conhecimento dividido sempre acabará se ampliando."


Axé!!!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA INCIANTES



PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA INCIANTES

1 – Como funciona a mediunidade consciente?
O médium capta o fluxo mental do Espírito, gerando idéias e sensações, como se houvesse a intromissão de outra mente em sua intimidade; como se estivesse a conversar com alguém, dentro de si mesmo.

02 – Ouve uma voz?
Seria fácil, mas não é bem assim. Idéias surgem, misturando-se com as suas, como se fossem dele próprio.

03 – Parece complicado…
E é, sem dúvida, principalmente para médiuns iniciantes, que não distinguem o que é deles e o que é do Espírito. Muitos abandonam a prática mediúnica, em face dessa incerteza, que é perturbadora.

04 – Como resolver esse problema?
É preciso confiar e dar vazão às idéias que lhe vêm à cabeça, ainda que pareçam embaralhadas, em princípio. Geralmente a mediunidade é desenvolvida a partir da manifestação de Espíritos sofredores, o que é mais simples. Não exige maior concatenação de idéias ou esforço de raciocínio. Cumpre-lhe, em princípio, apenas exprimir as sensações e sentimentos que o Espírito lhe passa.

05 – Qual o conselho para o médium que enfrenta esse impasse?
Sentindo crescer dentro de si o fluxo de sensações e pensamentos, que tomam corpo independente de sua vontade, comece a falar, sem preocupar-se em saber se é seu ou do Espírito. A partir daí o fluxo irá se ajustando. É como o motorista inexperiente na direção de um automóvel. Em princípio há solavancos, mas logo se ajusta.

06 – O que pode ser feito para ajudar o médium iniciante?
A participação dos irmãos do Terreiro é importante. O médium, nessa situação inicial, fica fragilizado. Sente-se vulnerável e constrangido. Qualquer hostilidade ou pensamento crítico dos irmãos, revelando desconhecimento do processo, poderá afetá-lo.
07 – Seria razoável aplicar passes no médium iniciante, em dificuldade para iniciar a manifestação?
O passe pode ajudar, mas devemos ser econômicos na sua utilização, a fim de evitar condicionamentos. Há médiuns que esperam pela intervenção do Pai, Mãe ou irmão no Santo, aplicando-lhes passes, a fim de iniciar seu trabalho.

08 – As manifestações de médiuns iniciantes são, não raro, repetitivas. Como devem agir o Pai ou Mãe e Irmãos no Santo no Terreiro?
Cultivar a compreensão e a boa vontade, considerando que o animismo, a intervenção do próprio médium, é expressivo nessa etapa do desenvolvimento. Aos poucos ele irá se ajustando, aprendendo a distinguir melhor entre suas idéias e as do Espírito.

09 – Vemos, com freqüência, médiuns dotados de razoáveis faculdades mediúnicas desistirem do compromisso. Há algum prejuízo?
A sensibilidade mediúnica não funciona apenas nas Giras. Está sempre presente. É na prática mediúnica, com os estudos e disciplinas que lhe são inerentes, que o médium garante recursos para manter o próprio equilíbrio. Afastado, pode cair em perturbações e desajustes.

10 – É um castigo?
Não se trata disso. O problema está na própria sensibilidade que, não controlada pelo exercício, situa o médium à mercê de influências negativas, nos ambientes em que circule, e de entidades perturbadas que se aproximam.

11 – Mas esse problema não está presente na vida de todos nós? Não vivemos rodeados de Espíritos perturbados e perturbadores?
Sim, e bem sabemos quantos problemas são decorrentes dessa situação, por total ignorância das pessoas em relação ao assunto. No médium afastado da prática mediúnica é mais sério, porquanto, em face de sua sensibilidade, ele sofre um impacto maior, com repercussões negativas em seu psiquismo.

12 – E se o médium, não obstante afastado da prática mediúnica, for uma pessoa de boa índole, caridosa, afável, bem sintonizada?
Com semelhante comportamento poderá manter relativa estabilidade, mas é preciso considerar que a mediunidade não é um acidente biológico. Ninguém nasce médium por acaso. Há compromissos que lhe são inerentes.

13 – O médium vem programado para essa tarefa…
Sim. Trata-se de um compromisso assumido na espiritualidade. Há um investimento no candidato à mediunidade, relacionado com estudos, planejamento, adequação do corpo. Tudo isso envolve diligentes cuidados dos mentores espirituais. Imaginemos uma empresa investindo na preparação de um funcionário para determinada função. Depois de tudo, será razoável ele dizer que não está interessado?
14- Mas não é contraproducente o médium participar de trabalhos mediúnicos como quem cumpre uma obrigação ou um contrato preestabelecido, temendo sanções?
As sanções serão de sua própria consciência, que lhe cobrará, mais cedo ou mais tarde, pela omissão. Para evitar essa situação é que os médiuns devem estudar a Doutrina, participando de estudos e lendo a respeito da mediunidade, a Doutrina Espírita é a melhor opção para conhecer sobre a mediunidade, mas esta deve ser direcionada pelo Pai ou Mãe no Santo, assim estará assimilando conhecimento e podendo debater a respeito.

15 – E se há impedimentos ponderáveis? Filhos a cuidar, cônjuge difícil, profissão, saúde…
Eventualmente isso pode acontecer, por algum tempo. O problema maior, entretanto, está no próprio médium que, geralmente, tenta justificar a sua omissão. Altamente improvável que a espiritualidade lhe outorgasse a mediunidade, sem dar-lhe condições para exercê-la.

16 – E quando a participação do médium gera conturbações no lar, a partir de um posicionamento intransigente do consorte?
Lamentável o casamento em que marido ou mulher pretende criar embaraços à atividade religiosa do cônjuge. É inconcebível! Onde ficam o diálogo, a compreensão, o respeito às convicções alheias? De qualquer forma, embora tal situação possa justificar a ausência do médium, não o eximirá dos problemas inerentes à mediunidade não exercitada.

17 – É difícil encontrar pessoas que guardam perfeita estabilidade emocional e física. Tem algo a ver com a sensibilidade mediúnica?
Tem tudo a ver. Vivemos mergulhados num oceano de vibrações mentais, emitidas por Espíritos encarnados e desencarnados. Assim como podemos ser contaminados por vírus e bactérias, também sofremos contaminações espirituais que geram alterações em nossos estados de ânimo.

18 – Isso explica por que as pessoas tendem a ficar deprimidas num velório e felizes num casamento?
Sem dúvida. O ambiente e as situações exercem grande influência. Lembro-me da morte de Aírton Senna. Provocou imensa comoção popular, até naqueles que não acompanhavam suas proezas no automobilismo. A emoção se expande e pode envolver multidões.

19 – Explica, também, as atrocidades cometidas por soldados, numa guerra?
A guerra produz lamentáveis epidemias de maldade, em face de nossa inferioridade. A crueldade tem livre acesso em corações ainda dominados pelos impulsos instintivos da animalidade. Propaga-se com a rapidez de um rastilho de pólvora.

20 – No lar parece acontecer algo semelhante, quando as pessoas perdem o controle e se agridem com gritos e palavrões, descendo não raro à agressão física…
Em nenhum outro lugar demonstramos com maior propriedade nossa inferioridade. No lar rompe-se o verniz social. As pessoas mostram o que são. Como não há santos na Terra, conturba-se o ambiente, favorecendo contaminações de agressividade, que envolvem os membros da casa.

21 – Como evitar isso?
É preciso desenvolver e fortalecer defesas espirituais, elevando nosso padrão vibratório, sintonizando numa freqüência que nos coloque acima das perturbações do ambiente.

22 – Como funciona essa questão da sintonia?
Tomemos, por exemplo, as ondas hertzianas, nas transmissões radiofônicas. Elas se expandem dentro de freqüência específica. Para ouvir determinada emissora giramos o dial e a sintonizamos. Nossa mente é um poderoso emissor e receptor de vibrações e tendemos a sintonizar com multidões que se afinam mentalmente conosco.

23 – Que providências devemos tomar para uma sintonia saudável?
Consideremos, em princípio, que ela é determinada pela natureza de nossos pensamentos. Lembrando o velho ditado “dize-me com quem andas e te direi quem és “, podemos afirmar “dize-me a natureza de teus pensamentos e te direi que influências irás assimilar”.

24 – Isso significa que equilíbrio e desequilíbrio, paz ou inquietação, alegria ou tristeza, agressividade ou mansuetude, dependem, essencialmente, de nós?
Exatamente. Embora nossos problemas físicos e psíquicos possam ser amplificados por influências ambientes, a origem deles está em nossa maneira de pensar e agir. Se quisermos o Bem em nossa vida, é fundamental que pensemos e realizemos o Bem.

25 – Que livros você indicaria para um iniciante?
É preciso levar em consideração a cultura e a familiaridade da pessoa com a literatura. Se for alguém habituado, com facilidade de concentração, deve ler, inicialmente, O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo. Nessas três obras de Allan Kardec, temos, na mesma ordem, o tríplice aspecto do Espiritismo: Filosofia, Ciência e Religião, estes nasceram não para a Religião Espiritismo e sim para todos que crêem na existência dos espíritos, mas para aceitação inicial da espiritualidade e conhecimento especifico dentro da Umbanda, cabe ao iniciante conhecer Tambores de Angola, Aruanda de Robson Pinheiros, nos dá uma noção da Umbanda no Astral Superior, não esquecendo de forma alguma informar ao seu Pai ou Mãe no Santo, sobre seus estudos, pois este estará disposto a lhe responder futuras dúvidas a respeito de seu estudo, infelizmente a Umbanda ainda não existe um livro que possamos pegá-lo como base de estudo para todos, pois a verdade dos Terreiros de Umbanda é que cada Casa atribui sua Doutrina e esta deve ser respeitada pelo iniciante, damos sempre como base a Doutrina Espírita, pois a mesma nasceu para ensinar a todos sobre a Espiritualidade.

26 – O que é o animismo?
Na prática mediúnica é algo da alma do próprio médium, interferindo no intercâmbio. Kardec empregou o termo sonambulismo, explicando, em Obras Póstumas, quando trata da manifestação dos Espíritos, item 46: O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; sua própria alma é que, em momentos de emancipação, vê, ouve e percebe além dos limites dos sentidos. O que ele exprime, haure-o de si mesmo…

27 – O animismo está sempre presente nas manifestações?
O médium não é um telefone. Ele capta o fluxo mental da entidade e o transmite, utilizando-se de seus próprios recursos. Sempre haverá algo dele mesmo, principalmente se for iniciante, com dificuldade para distinguir entre o que é seu e o que vem do Espírito.

28 – Existe um percentual envolvendo o animismo na comunicação? Digamos, algo como quarenta por cento do médium e sessenta por cento do Espírito?
Se o animismo faz parte do processo mediúnico, sempre haverá um porcentual a ser considerado, não fixo, mas variável, envolvendo o grau de desenvolvimento do médium. Geralmente os iniciantes colocam mais de si mesmos na comunicação. Quando experientes, tendem a interferir menos.

29 – Pode ocorrer uma manifestação essencialmente anímica, sem que o próprio médium perceba?
É comum acontecer, quando está sob tensão nervosa, em dificuldade para lidar com determinados problemas de ordem particular. As emoções tendem a interferir e ele acaba transmitindo algo de suas próprias angústias, em suposta manifestação.

30 – Seria uma mistificação?
Não, porque não há intencionalidade. O médium não está tentando enganar ninguém. É vítima de seus próprios desajustes e nem mesmo tem consciência do que está acontecendo.

31 – E o que deve fazer o Pai/Mãe no Santo quando percebe que um Filho no Santo está entrando nessa faixa?
É preciso cuidado. O Pai/Mãe no Santo menos avisado pode enxergar animismo onde não existe. Se a experiência lhe disser que realmente está acontecendo, deve conversar com o médium, em particular, saber de seus problemas e encaminhá-lo às giras de desenvolvimento e ou tratamento espiritual. Toda a atenção dos Pais/Mães no Santo devem ser direcionada a este Filho e estar atento a esta mediunidade, é comum percebermos que pela ignorância (do saber) é mais fácil deixá-lo de lado, ou ainda excluí-lo do corpo mediúnico, muitas das vezes estes são execrados dos Terreiros, não por ser um animista e sim pelo desconhecimento do Pai/Mãe no Santo sobre o assunto. Se persistir o problema, o médium deve ser orientado a participar das giras como suporte, auxiliando nos trabalhos.

32 – Quando é que o Pai/Mãe no Santo deve preocupar-se com o animismo?
Quando ocorre a manifestação de um espírito que se diz orientador. É preciso passar o que diz pelo crivo da razão, distinguindo não apenas um possível animismo, mas, também, uma mistificação do Espírito comunicante.

33 – O médium que se sinta enfermo deve resguardar-se, deixando de comparecer à gira?
Depende do tipo de problema que esteja enfrentando. Se fortemente gripado, febril, é conveniente que se ausente, resguardando também os irmãos, que podem contrair seu mal. Mas há sintomas físicos e psíquicos que apenas revelam a proximidade de Espírito sofredor, não raro trazido pelos mentores espirituais para um contato inicial, a favorecer a manifestação.

34 – Nesse caso, mesmo não se sentindo bem, o médium deve comparecer?
Sim, porque o que está sentindo é parte de seu trabalho, exprimindo as angústias e sensações do Espírito, relacionadas com a doença ou os problemas que enfrentou na vida física.

35 – Isso significa que uma dor na perna, por exemplo, pode ter origem espiritual?
É comum. Acontece principalmente com o médium que tem sensibilidade mais dilatada. Ao transmitir a manifestação de um Espírito que desencarnou por problema circulatório, cuja perna gangrenou, tenderá a sentir dor semelhante, não raro antes da reunião, devido à aproximação da entidade.

36 – Ocorre o mesmo em relação às emoções?
É freqüente. Sintonizado com o Espírito, o médium capta o que vai em seu íntimo. Se a entidade sente-se atormentada, aflita, tensa, nervosa ou angustiada, experimentará algo dessas emoções.

37 – E se o médium, imaginando que esses sintomas físicos e emocionais estão relacionados com seus próprios problemas, decide não comparecer à reunião?
Se alguém nos confia um doente para levá-lo ao hospital, e decidimos instalá-lo em nossa casa, assumiremos o ônus de cuidar dele. Certamente nos dará muito trabalho, principalmente se for um doente mental.

38 – É possível que essa ligação com entidades perturbadas ocorra independentemente da iniciativa dos mentores espirituais?
É o que mais acontece. Vivemos rodeados por Espíritos destrambelhados, sem nenhuma noção da vida espiritual, que se agarram aos homens, como náufragos numa tábua de salvação. Nem é necessário ter mediunidade ostensiva. Todos estamos sujeitos a sofrer essa influência.

39 – Digamos que o médium receba influência dessa natureza na segunda-feira e só comparecerá ao Terreiro no sábado. Sofrerá durante a semana toda?
Com a experiência e a dedicação ao estudo ele aprenderá a lidar com esse problema, cultivando a oração e dialogando intimamente com a entidade que, com o concurso de mentores espirituais, será amparada.

40 – Devemos informar a esse respeito pessoas que procuram o Terreiro, perturbadas por tais aproximações?
É preciso cuidado. Pessoas suscetíveis, que guardam idéias equivocadas, relacionadas com influências demoníacas, podem apavorar-se. Nunca mais porão os pés no Terreiro.