sexta-feira, 11 de maio de 2012

Para os meus "filhos" e "sobrinhos"....



"Um dia um jornalista ao entrevistar uma Mãe de Santo, perguntou: “Quantos filhos a sua casa tem?”.
A senhora não lhe respondeu como ele esperava, disse que ele deveria acompanhar as atividades do terreiro na próxima semana que ele teria a resposta. E assim foi no sábado pouco antes de iniciarem os trabalhos lá estava ele sentado na assistência observando tudo. Viu que havia mais ou menos 40 médiuns, quase todos estavam na corrente, prontos para a gira, e aproveitavam estes momentos que antecediam o inicio dos trabalhos para mostrarem uns aos outros suas roupas novas, ou para colocar algum assunto em dia. Mas notou também que um grupo de cinco médiuns estava em plena atividade arrumando as coisas para o inicio dos trabalhos.
O trabalho foi muito bonito e alegre, quando terminou viu que a grande maioria dos médiuns se apressa em se retirar, uns porque queriam chegar logo em casa, outros por terem algum compromisso. Notou mais uma vez que aqueles mesmos cinco médiuns que antes do inicio arrumavam as coisas, agora eram os que começavam a limpar e organizar o terreiro depois dos trabalhos.
Na segunda feira havia um momento de estudo no terreiro e ele foi convidado, ao chegar ao local, chovia muito e, viu que menos da metade da corrente se fazia presente, novamente notou que aqueles cinco estavam lá.
Na quinta feira haveria um trabalho na Lina do Oriente, e também passaria na TV um jogo da seleção, novamente bem menos da metade da corrente apareceu, mas aqueles cinco estavam entre eles.
No sábado novamente estava sentado na assistência e novamente repetiu o que havia acontecido na semana anterior, os cinco médiuns fazendo os últimos preparativos para o inicio dos trabalhos, e também a limpeza assim que estes se encerraram, e foi no término dos trabalhos que foi chamado pela Mãe de Santo, que lhe perguntou:
─ Você conseguiu descobrir quantos filhos tem em nossa casa?
─ Contei 43 minha mãe – respondeu.
─ Não, filhos de verdade tenho cinco. São aqueles que estavam presentes em todas as atividades da casa.
─ E os outros?
─ Os outros são como se fossem “sobrinhos” de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a “tia” se não houver nenhum atrapalho ou programa ‘melhor’, e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabarem os trabalhos.
O rapaz muito sério perguntou:
─ E por que a senhora não impõe regras para mudar isso?
─ Meu filho a Umbanda não pode ser imposta a ninguém, tem de ser praticado com entrega, o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante, a Umbanda respeita o livre arbítrio de todos os seres…
E nós, somos “filhos” ou “sobrinhos” de Umbanda?"

Desconheço o Autor !!


Gente, li este texto hoje na página do facebook "MUITO AXÉ", e fiquei perplexo. A mensagem é perfeita retrata tudo que eu vejo na casa do meu babalorixá, na casa de amigos, e na minha casa... Alguns são filhos e eternos aprendizes, outros são filhos as vezes e na maior parte do tempo são sobrinhos, como relatou a mãe de santo.  Os meus sobrinhos chegam no Centro de Umbanda, não levam os pertences dos seus anjos da guarda, pegam roupas emprestadas, são os últimos a chegar em dia de obrigação e os primeiros a sair, muitas vezes fugidos, sem simplesmente lavar um copo ou esvaziar um cinzeiro. 

Dentro destes 16 anos que tenho de religião, continuo sendo filho, a minha Umbanda carrego no coração, no meu dia-a-dia e não meço esforços para me dedicar aos meus caboclos, pretos velhos, Cosme e Damião e aos meus exus. Agradeço por tudo aquilo que aprendi no decorrer destes anos com meu Pai Jair, com os meus amigos, com os meus filhos e principalmente com os meus sobrinhos.

E por hoje é só... Um excelente final de semana, para as Mamães parabéns pelo seu dia, e que a a linha de Pretos-Velhos nos encha de irradiações positivas nos guiando pro caminho certo!

Axé, Fabiano d'Oxum

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