O
viver nos ensina que nem todos os problemas podem ser resolvidos, mas
podem ser compreendidos, e podemos receber amparo, por isso procuramos
explicações que necessitam ser mais profundas. Mas sempre dentro do
merecimento de cada um.
Reconhecemos
uma hierarquia dos espíritos, reconhecemos que alguns problemas que se
nos apresentam tem origem kármica e, portanto não podem ser “resolvidos”
rapidamente, sendo exigido um tempo para sua expiação. E não adianta
ficarmos batendo pé, exigindo dos Orixás, guias ou entidades “solução
imediata”. Guia nenhum, enviado de Orixá nenhum se apresenta em terreiro
nenhum para “resolver nossos problemas materiais.” Tudo tem seu tempo e
sua hora dentro do merecimento de cada um. Devemos pedir resignação e
força para enfrentar as nossas dificuldades e principalmente auxílio
para sermos merecedores da graça que buscamos.
Compreendemos
também, que temos amigos no além-túmulo, que se têm condições de
ajudar, ajudam, os quais denominamos guias, trabalhando por nós em
outras esperas de atividades.
Dentro
do campo das possibilidades kármicas, esclarecer ou ajudar na solução
de problemas pessoais, através de mentalização clara e persistente, ou
seja, é fundamental que se compreenda que um Templo Umbandista não é uma
Tenda de Milagres, aonde chegamos e todos os nossos problemas materiais
serão resolvidos.
Um
Templo Umbandista é o local para recarregarmos nossas “baterias”,
renovamos a nossa fé em Zambi (Deus) e através da caridade pura
evoluímos como seres humanos alcançando assim serenidade para
enfrentarmos o nosso dia-a-dia.
Em
resumo, as funções dos guias, mentores e protetores de Umbanda são de
amparo, esclarecimento, orientação... a decisão e solução são nossas.
Compreendemos
também que existe forte tendência do ser humano, de maneira geral, em
quando submetidos a uma situação frustrante ou de fracasso, atribuir a
causas externas a sua pessoa esse fracasso, e quando submetidos a
situações prazerosas atribuir a si mesmo, as suas qualidades pessoais.
Exemplo
disto: invariavelmente quando somos demitidos do nosso emprego,
atribuímos a uma perseguição, muitas vezes autêntica do nosso chefe e
nunca a nossa incompetência. Nem aventamos a hipótese de estarmos sendo
“perseguidos” por que somos incompetentes, mas o nosso chefe é que é um
chato, ou “não vai com a nossa cara”. Em contrapartida se somos
promovidos, nunca é porque o chefe é bonzinho, ou porque é um bom chefe,
atento aos méritos dos funcionários, mas sim porque somos
competentíssimos (e só um “cego” não “veria” essa competência toda), e
essa promoção era mais do que merecida.
Assim
as pessoas agem quando chegam aos terreiros de Umbanda. Se não têm os
seus pedidos atendidos de pronto, é porque o dirigente não é bom, porque
o terreiro é fraco, ou porque a Umbanda não é de nada. Nunca lhes passa
pela cabeça que primeiro precisam merecer alcançar determinada graça, ou que seja um processo kármico evolutivo pelo qual estejam passando para seu próprio aprendizado.
Não
meus amigos, infelizmente isso não acontece, e sabem por quê? Porque
muitos resolvem ser umbandistas por medo, ou para que sua vida material
melhore. Cabe mudar esse primeiro conceito. Mudar a mentalidade dos
médiuns umbandistas, e aí sim mudar a mentalidade da assistência.
A
Umbanda evoluiu, esse tipo de papel não cabe mais nela. O estudo
constante é fundamental. As entidades que militam na seara umbandista
estão cada vez mais evoluídas e esclarecidas e tem importante papel
dentro da espiritualidade.
Fonte: Livro: Umbanda - Mitos e Realidade
2 comentários:
muito obrigada por compartilhar esses ensinamos. É ótimo sempre aprender um pouco mais.
Eu é que agradeço pelas leituras dos textos e pelo interesse que tens demosntrado. Muito axé!!!
Postar um comentário